Em reunião na ALEPE - Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco, no dia 30 de abril de 2019, com a presença do Dep. ''Waldemar Borges'', do Presidente da Fundarpe ''Marcelo Canuto'' e da Diretora do Centro de Artesanato de Pernambuco ''Marcia Souto'', e na presença de algumas representações de cirandas e cirandeiros famosos tais como, Ciranda Praieira Pernambucana, Ciranda Imperial, Ciranda do Mestre Ferreira de Olinda, Lia de Itamaracá, Santino Cirandeiro, Nova Ciranda e Ciranda da Tabajara do Mestre Juarez, dentre outros. Na ocasião foi anunciado que está previsto para o dia 10 de maio de 2019, uma solenidade no Palácio Campos das Princesas, com a presença do governador Paulo Câmara, aonde será assinada a Lei 77/2019 do deputado Waldemar Borges, que institui o Dia Estadual da Ciranda. O ato é fruto de muita discussão protagonizada por várias entidades e cirandeiros da atualidade, a exemplo do Centro Cultural Farol da Vila, Ciranda de Lia, União Olindense do Coco de Roda Pernambucano, Filhas de Baracho dentre outros. A criação de tão importante data é um passo importante no reconhecimento da Ciranda como referência cultural. A escolha da data, é para celebrar o nascimento do grande cirandeiro Antonio Baracho da Silva, o Mestre Baracho (10 mai. 1907, Nazaré da Mata/PE – mai. 1988, Abreu e Lima/PE). Mestre Baracho foi para Abreu e Lima-PE ainda muito pequeno, onde logrou êxito na cantoria das cirandas. A Ciranda é uma dança de roda muito conhecida como brincadeira infantil, embora a ciranda tinha mais adultos do que crianças. A ciranda é um tipo de música popular que envolve a todos: é democrática, é união, é alegria.
Faz parte da cultura pernambucana e está ligada diretamente à cultura canavieira. Segundo o Doutor em História Severino Vicente da Silva, foi nos anos sessenta que a ciranda chegou em Recife e Olinda. O único disco que ele gravou foi pela Rozemblit, o albúm A Música Popular do Nordeste, que mais serviu para divulgar suas músicas do que para seu apoio financeiro. Infelizmente Baracho morreu antes da Lei do Patrimônio vivo, que foi criada para preservar as manifestações culturais permitindo que os artistas recebam uma bolsa vitalícia, a fim de que pudessem ensinar novas gerações de aprendizes.
Ele faleceu em 1988, aos 81 anos, de câncer na garganta, em decorrência de anos fumando, numa situação de pobreza. Seu enterro foi pago pelo prefeito de Nazaré da Mata-PE, onde foi enterrado.
Teve suas cirandas gravadas por artistas como Capiba, Martinho da Vila, Nelson Ferreira, Teca Calazans, Geraldo Azevedo, Lia de Itamaracá, entre outros. Dulce e Severina Baracho, suas filhas, continuam perpetuando suas canções e se apresentam em alguns festivais onde apresentam as canções de Antônio Baracho.
Como dizia ele: “Agora fico bem satisfeito porque morro, mas meu nome fica na história como o rei sem coroa.”
Texto: Marcos Moraes/ Humberto Pazzanese
Fotos: Humberto Pazzanese e Marcos Moraes